Essa parte da viagem foi mesmo uma aventura a mil, que estava disposto a fazer a qualquer custo. Acabei escolhendo percorrer um dos mais famosos fiordes (senão o mais), o Geiranger fjord; e de quebra tentar percorrer outras paisagens e percursos pelo caminho. O problema era como chegar lá, sem perder muito tempo; não há trens margeando a ultra-recortada costa Norueguesa com seus zilhões de fiordes, e são várias pequenas cidades pelo caminho, esporádico acesso por onibus e ferry boats.

Pois bem. Saí de Trondheim pela manhã, trem normal ao sul até Dombas. De lá, peguei uma famosa ferrovia panorâmica descendo até a costa, em Andalsnes, a chamada ferrovia Rauma, que passa por majésticas montanhas e corre ao lado do rio Rauma em boa parte, sendo brindado com um lindo arco-íris ao chegar na pequeníssima Andalsnes. Embora linda de morrer por estar às beiras de um fiorde, não há praticamente hospedagem na cidade. Já estava anoitecendo, sem encontrar lugar prá ficar, e ônibus e trem já parado de circular para fora da cidade. Acabei conseguindo uma carona com o motorista de um ônibus particular que havia terminado o trampo e estava justamente de retorno a Geiranger! Uma sorte daquelas, ainda mais porque em Geiranger eu também não acharia hospedagem (barata), e no caminho o cara contactou um amigo que alugava quartos para turistas em sua casa. A região é tão recortada que no caminho ainda havia um ferry boat a tomarmos. Todo esse longo dia se encontra no album abaixo.



Além do fjord em si, outro local obrigatório na área era a montanha Dalsnibba, 1500 metros de altitude. Também não havia como chegar ao topo, coberto de neve eterna, e o cara que me alugou o quarto se ofereceu a me levar de carro até lá por um preço bem razoável. Feito! Nada menos que impressionante. Estava até nevando ao chegar no topo, um frio de rachar. Mas a visão toda, do topo e de todo o percurso até lá, é de tirar o fôlego. No retorno, me despedi do cara e fui pegar o barco para atravessar o Geiranger fjord. Este também, de tirar o fôlego; pena que, devido a época do ano, as cachoeiras estavam minguando. O final do fjord era em Hellesylt, de onde tomei um ônibus a Bergen, a segunda maior cidade do país, continuando ao sul; desnecessário dizer que, no caminho, outras travessias de ferry-boats eram necessárias. Este dia foi daqueles de deixar a pupila dilatada de tanta beleza vista. O album abaixo tenta mostrar um pouco de tudo isso.