Com a balsa da ilha de Korcula chegamos a Dubrovnic, de volta ao litoral, já na fronteira com Montenegro; fotos da travessia no post anterior. Na verdade, toma-se um ônibus que faz o trajeto até sua rodoviária. Na chegada, passamos por algo que viria a se repetir muito por todo Balcans: assim que você desce do ônibus (ou trem), várias pessoas se aproximam tentando te convencer a ficar na pensão que representam ou na casa em que moram. Em geral, prefiro procurar algum local já pesquisado na véspera; desta vez, até por estar com Kristen e Dora, acabamos ´topando` ficar na casa de um desses caras. Ficava meio longe, mas tinha ônibus fácil para o centro e a costa. Também não há um endereço online para sua casa.

Dubrovnic, assim como a maioria das cidades Balcânicas, e ainda mais intensamente aquelas do litoral (por óbvias razões geográficas), possui uma profícua história desde seus primeiros povoados gregos séculos AC; em seu território, diversos poderes e impérios puseram as mãos: Eslavos (século VII), Bizantinos (séculos IX-XII), Venezianos (séculos XIII-XIV), e depois Otomanos, Húngaros, Franceses, e inevitavelmente Austro-Hungaros, em 1815, até se tornar parte da Iugoslávia depois da primeira guerra. Com a dissolução da Iugoslávia, Dubrovnic foi atacada pelos Sérvios em 1991-92, ficando sob seu cerco por 7 meses.

A merecida principal atração de Dubrovnic é a cidade antiga, patrimônio da Unesco, construída no século XIII. Antes de penetrar em suas ruelas parte conservadas, parte restauradas, um caminhar sobre as muralhas que a engloba é inevitável: à vista, tem-se tanto as antigas construções da cidade (ainda normalmente habitada) de um lado, com as formações montanhosas já bem conhecidadas ao fundo, e de outro lado a beleza do Adriático. A própria cidade antiga foi atacada em 1991, e fotos e memoriais se encontram em seu museu. Seus muros foram projetados para se proteger dos inimigos, principalmente Árabes e Venezianos, mas a cidade naturalmente se expandiu para além dos muros. No album abaixo, o foco é obviamente a cidade antiga e seus arredores.



Depois de um extenso mergulho na Croácia, da capital Zagreb ao litoral em Split, da ilha de Korcula à cidade histórica de Dubrovnic, era hora de deixar de lado este país majoritariamente cristão dos Balcans e rumar para dentro da península. Destino: a tão esperada Bosnia-Hercegovina, meu primeiro contato mais direto com o mundo Islâmico.