Ilha Korcula: Marco Polo e mais exuberância Adriática  

Posted by carlos in

Saindo de Split, minha próxima parada em terra seria em Dubrovnic, no extremo sul Croata. Porém, no caminho, eu não perderia a chance de passar uns dias pelas ilhas do Adriático. Dentre várias delas, as mais conhecidas por lá são Hvar e Korcula, e há serviços diários de barcos entre Split-Dubrovnic, com parada pelas ilhas. Acabei escolhendo a ilha de Korcula, com 280 Km^2 e 16000 homo-sapiens, por um motivo singular: diz a lenda que Marco Polo ali nasceu, antes de se mandar para Veneza e se tornar o viajante-mito.

Tomei um barco catamarã e prá lá me mandei, com o endereço de um albergue em punho. Desnecessário reafirmar a beleza única de toda a costa Adriática, recentemente descoberta pelo turismo mundial, mas ainda com ares bem virgens a serem explorados.
Aportei na ilha já no começo da noite, completamente deserta. Achei o albergue, mas assim como todas as outras hospedagens, estava fechado! Já era princípios de novembro, e vi que turistas não se metem por lá depois do verão europeu. E barco de volta ao continente, só no dia seguinte; pus-me a perambular pelas ruelas desertas, sem encontrar uma alma se quer. Quando já estava achando que ia passar a noite ao relento, eis que vejo uma luz fraca e escuto uma conversa rasgando a noite. Ao descer a ruela, um senhor já me chama e ... eureca!: era um boteco, no sótão de uma casa, com duas garotas perdidas que haviam chegado no mesmo barco que eu sem que percebesse, e o dono do lugar, Simon, possuía quartos na sua casa. Outro detalhe: a casa-museu de Marco Polo era em frente ao seu boteco, naquela ruela de 2 metros! Não há um endereço online para a pousada do Simon.

E assim começou a aventura Korculiana: o solitário Simon, alegre por ter 3 visitantes inesperados, e passamos a noite ali enchendo a cara com Rakija, a típica bebida Balcanica, cerca de 60% de teor e feita à base de frutas fermentadas (mais comumente ameixa e uva), a qual me acompanhou depois por semanas a fio, da Croácia a Albânia! Cada povo diz ser o criador da bebida e possuir a melhor: jamais chegue a um Macedônio dizendo que a Rakija Sérvia é melhor, por exemplo. De quebra, Dora e Kristen, as outras duas perdidas (na verdade, um casal australiano-americano), se tornaram minhas parceiras de viagem em solo Croata.

Mandamo-nos a vasculhar a ilha no dia seguinte; ficamos sabendo que havia uma praia de areia (não de pedregulho) em dado local, achamo-la depois de cruzar uns vinhedos e, prá variar, só havia nós 3 (e um monte de cervejas) no lugar. Toda a estadia na ilha foi muito jóia, mesmo durante o dia, quase não se via ninguém nas ruas, uma paz absoluta; e aquela natureza toda a nosso alcance. No album abaixo, fotos da partida de Split, da chegada à ilha, da prainha de areia, das ruelas de Korcula com sua catedral e contruções ultra-seculares, do museu Marco Polo (erigido onde ele supostamente nasceu em 1254) e, claro, da natureza vislumbrante ao redor: as típicas montanhas rochosas cobertas de pinheiros, o cristalino mar Adriático, e diversas ilhotas quando já estava no barco, no caminho de volta ao continente. Próxima parada: Dubrovnic.

This entry was posted on quinta-feira, julho 08, 2010 at 10:08 AM and is filed under . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

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