Egito, cinco mil anos de história a nos espreitar, parte I  

Posted by carlos in

Antes do turismo no país das pirâmides e faraós vou me arriscar a uma recapitulação das fases da história Egípcia, até para se contextualizar seus monumentos milenares. Hoje em dia, são cerca de 80 milhões de habitantes, 90% Sunitas e a maior minoria sendo de Cópticos Ortodoxos; 99% da população mora em 6% do país, ao redor do Rio Nilo, o resto ficando com os desertos do Saara e da Líbia.

No período pré-dinástico (antes de 3000 AC) culturas neolíticas se instalaram às margens do Rio Nilo por volta de 6000 AC, e se desenvolveram independentemente no Egito Superior (sul) e Inferior (norte); três delas, Badaria, Naqada e Merimda, são tidas como precursoras do Egito dinástico. Durante cerca de três mil anos as tribos do Egito Superior e Inferior evoluíram e entraram em contato esporadicamente. A história do Egito Antigo começa com sua unificação ao redor de 3150 AC, sendo o Rei Menes tido como o responsável; o Egito Inferior, capital Memphis, ruínas próximas à Giza, e o Superior, capital Tebas, pelo sítio da atual Luxor. Menes iniciou uma série de dinastias que percorreram os três mil anos seguintes.

Após a segunda dinastia começa o chamado Velho Reino (2680-2150 AC), que engloba da terceira à sexta dinastias e cuja capital era Memphis. Esse talvez seja o período mais popular hoje, em que pirâmides eram construídas como os locais de sepultamento dos faraós. As mais famosas são a pequena Djoser (2668-2649 AC), em Saqqara, de um faraó da terceira dinastia e construída por seu vizir Imhotep; mas principalmente, as três pirâmides em Giza, há cerca de 30 km de Saqqara, construídas por faraós da quarta dinastia: Khufu (Quéops, 2589-2566 AC), a Grande Pirâmide, de 147 metros; Khafra (Quéfren, 2558-2532 AC), apenas 3 metros mais curta; e Menkaura (Miquerinos, 2532-2503 AC), a menor de todas com 65 metros. A Esfinge também foi supostamente construída por Khafra. Essas obras são testemunhas de quase 5 mil anos do poder faraônico de outrora.

Entre 2150 a 1550 AC os faraós viram certa decadência por lutas internas, desunião entre Egito Superior e Inferior, pragas naturais, e invasão dos Hicsos. Esses seis séculos viram passar da sétima à décima sétima dinastias, a capital ser transferida para Tebas e os primeiros faraós serem sepultados no Vale dos Reis; nesse período também houve o chamado Médio Reino onde os faraós viram uma relativa recuperação.

O Novo Reino (1550-1070 AC) engloba da décima oitava à vigésima dinastias, e testemunha o apogeu Egípcio que chegou a se estender até a Núbia ao sul (3/4 de seu reino ficavam no norte do atual Sudão) e ao Oriente Médio após batalhas contra os Hititas. Com a capital em Tebas, nele se construíram os hoje imperdíveis Templos de Luxor e Karnak. Os mais conhecidos faraós são do Novo Reino: Hatshepsut (mulher, cujo fabuloso templo mortuário se localiza ao lado do Vale dos Reis), Tutmés III, Amenhotep III, Amenhotep IV (que mudou seu nome para Akenaton) e sua esposa Nefertiti, e Tutancamon (filho de Akenaton e que nasceu Tutancaton), todos da décima oitava dinastia. Da décima nona, Ramsés II e sua esposa Nefertari, tido como o mais poderoso dos faraós (Moisés o conheceu bem, para quem acredita nessas coisas); é deste faraó o templo mortuário Ramesseum na área do Vale dos Reis e os monumentais templos talhados na montanha em Abu Simbel, que foram removidos em 1960 quando da construção da barragem formando o Lago Nasser em Aswan. A vigésima dinastia, incluindo de Ramsés III (que possui outro enorme templo mortuário pelo Vale dos Reis) a Ramsés XI, dentre outros, viu um gradual enfraquecimento do Egito faraônico até que ele veio a ser atacado continuamente por Líbios, Núbios, Persas, Macedônios e Assírios.

(continua...)

This entry was posted on segunda-feira, agosto 16, 2010 at 4:10 PM and is filed under . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

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