Giza, os eternos monumentos do Velho Reino do Egito  

Posted by carlos in

Voltaria a pegar um trêm depois de apenas usar ônibus e vans por todo o Oriente Médio. Cortando norte a sul do país, de Alexandria a Aswam, há trens e horários especiais para turistas que obviamente não quis pegar. Quando fui tomar um dos trens 'normais', um guarda não queria permitir dizendo que eu era obrigado a pegar os outros. Necessário comentar: insisti com o guarda até que ele sutilmente sugeriu que se eu pagasse um pouco mais ele me liberaria (ao menos aqui foi mais sutil e até ganhei um lugar decente na janela; na fronteira Síria foi pior, como escrevi por lá).

Assim cheguei em Cairo, e felizmente a nuvem negra que ganhei em Jerusalém ficou em Luxor pois eu estava bem melhor. Mas vou deixar Cairo para o próximo post. A primeira coisa que fiz foi me mandar para Giza. Não queria pegar tour fechada; peguei o metrô de Cairo à rodoviária de Giza. Fiquei meio chocado com o caos na chegada, pensando que deveria ter vindo numa tour, mas me achei pelo lugar. A próxima etapa seria descobrir a lotação que levava da rodoviária ao platô de Giza sendo que meu Árabe ainda não estava lá essas coisas.

Giza é a terceira maior cidade do Egito com cerca de 2.8 milhões de habitantes, na margem ocidental do rio Nilo uns 20 km ao sul de Cairo. O platô de Giza, próximo às ruínas de Memphis antiga capital do Egito Inferior e do Velho Reino (veja os posts introditórios do Egito), é a morada das três grandes pirâmides e da Esfinge, além de ruínas de vários outros mortuários, tumbas e templos, além de pirâmides menores das famílias dos respectivos faraós.

Saindo da rodoviária, um cara logo viu este turista perdido e se ofereceu para me levar; acertei um preço que sabia justo e nos mandamos. Ao chegar no platô notei que ele passou reto pela entrada enquanto falava ao fone; vi que ia rolar algo. Ele começou a dizer que tinha um amigo que faria um preço barato para me levar de camelo até as pirâmides perambulando por todo o sítio. Agradeci, disse que não queria; ao chegar no seu amigo ele veio com o papo de que era impossível entrar à pé pelo platô e por lá se locomover, e que na entrada eu ia acabar pagando mais caro para outro cara. Perdi a paciência, falei pro cara que não queria o camelo de seu amigo, dei a grana acertada e caí fora do carro. A caminhada demorou um pouco mas cheguei finalmente ao platô. E sem camelo entrei.

No album abaixo, entre a cidade e o deserto, todo o complexo do platô de Giza onde obviamente se sobressaem a Esfinge e as três maiores pirâmides do Egito: Khufu (Quéops, 2589-2566 AC, 147 m), Khafra (Quéfren, 2558-2532 AC, 144 m) e Menkaura (Miquerinos, 2532-2503 AC, 65m). Pagando-se um ticket extra, tem-se acesso à câmara real de Khufu. Não resisti e paguei; a câmara é isso, uma câmara, o jóia mesmo é subir ali por dentro. Como esses caras construíram aquilo há 4500 anos? Não fui visitar as vizinhas ruínas de Memphis, a pirâmide Doser em Saqqara e outros menores monumentos; para isso precisaria de um camelo.



Assim como em Luxor, eu gostaria de saber o que o governo faz com a FORTUNA que se arrecada com o turismo em Giza pois a cidade também tem regiões miseráveis. E assim finalmente eu conheci as Pirâmides do Egito, além dos Templos e Vale dos Reis em Luxor! Velho e Novo Reinos, e as capitais do Egito Superior e Inferior. Infelizmente não iria conhecer os pontos mais extremos do país, Aswam e Alexandria; era hora de retornar a Cairo, última cidade de meu inebriante giro de sete meses. No fim do dia, consegui descobrir a lotação que levava de volta à rodoviária de Giza; bom, passou uma van com um cara gritando e eu me joguei dentro dela.

This entry was posted on terça-feira, agosto 17, 2010 at 2:52 AM and is filed under . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

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