Itália, outro vasto país em tão pouco tempo. Roma e Veneza não podiam faltar; de última hora, incluí Florença no itinerário, até por ficar no caminho entre as duas primeiras.

Veneza, Veneza, como colocar em palavras tal lugar tão único no planeta? É impossível! Não só palavras, também não há fotos que captem a singularidade desta cidade e de seus canais tão famosos. Um lugar aonde não circulam carros nem nada motorizado em pleno século XXI (refiro-me aqui apenas a parte da cidade ´ilhada`, conectada ao continente por uma única ponte). É preciso ir em pessoa, tomar o transporte, digo, barco público pelos canais, se perder pelas ruelas e labirintos (tenha certeza, você vai se perder) tentando se transportar séculos atrás e imaginar como tudo aquilo se desenvolveu, notando em sua arquitetura traços das civilizações que a influenciaram (de Europa a Bizâncio); e finalmente desembocar na praça São Marcos e sua catedral tão singular quanto a cidade, até acabar de se extasiar ao caminhar a beira-mar, com o panorama inesquecível de parte das demais ilhotas e suas históricas construções que perfaziam a cidade-estado de outrora.

A cidade e as demais ilhotas ao redor se unificaram ao redor do século VII, e até o século XII Veneza se tornou uma cidade-estado. Entre os séculos XIII e XVII foi o principal centro de comércio com o Oriente, tendo se tornado uma potência imperial em 1204 quando sitiou e saqueou Constantinopla, ´pilotando` a Quarta Cruzada. O monopólio e controle das rotas marítimas deu a Veneza um vasto poder, transformado em grande fota naval, cujo auge foi no decorrer do século XV, quando sua influência já se estendia ao resto da Itália e a toda costa Adriática (Dalmácia, Istria). A partir daí, começou sua queda gradual: primeiro os ataques Otomanos, depois a peste negra, e finalmente a perda do monopólio no comércio com o Oriente quando Portugal descobriu a rota para as Índias, e demais nações como Inglaterra e França passaram a dominar os mares.

Terra em que viveu o explorador-mor Marco Polo entre os séculos XIII-XIV, influenciador de outros viajantes como um certo Colombo, seu lado atual negativo é que a cidade é caríssima, e vive abarrotada de turistas a qualquer dia do ano. Fiquei em um albergue horrível, a única hospedagem disponível que achei, vendo o cara montando minha cama em um quarto em construção; nem lembro do lugar. Mas pouco importava, estava em Veneza! Dica: não seja fresco em querer passear de gôndola, é caríssimo, pegue o barco abarrotado de turistas e locais, cujo preço é pouco além de um transporte coletivo qualquer. Bom, chega, acabei de escrever que não há palavras. Nem fotos, mas espero que os albuns abaixo dêem ao menos um gosto de Veneza, prá quem ainda não conhece pessoalmente.

No primeiro album, os canais, tanto o Grande Canal com seu congestionadíssimo tráfego de barcos, quanto diversos outros canais menores, ruelas pela cidade com suas construções refletindo diferentes estilos e épocas, gôndolas, e pontes como a Rialto, sobre o Grande Canal.



No segundo album, toda a área da praça São Marcos com sua catedral Bizantina simplesmente surreal, além do Campanário, do Relógio, do Palácio Ducal, museus e biblioteca; e o beira-mar sob chuva, com uma linda visão das ilhotas e seus monumentos como Basilica di Santa Maria della Salute e Igreja de San Giorgio Maggiore.



Com a pupila super dilatada, hora de rumar mais ao sul, até Florença.