Tel Aviv-Jaffa, a riquíssima capital Israelense  

Posted by carlos in ,

Vim a Tel Aviv para conhecer como é viver em Israel longe das áreas que o país ilegalmente ocupa na Palestina e longe da atmosfera de Jerusalém. Brincar de cego um pouco.

E deu para curtir bem suas belas praias no Mediterrâneo com muito sol, o que não foi possível em Beirute pelo clima que peguei lá. A cidade é ultra moderna, organizada, a mais cara do Oriente Médio, tipicamente uma cidade ocidental, além de uma população com um aspecto bem liberal. Há muita juventude pelas ruas e bares que aparentemente nem toma conhecimento do que se passa do 'outro lado do mundo'. Aparentemente. Eu adoraria ficar perguntando as opiniões das pessoas em cada conversa para ver o que se passa na cabeça delas por aqui, tão 'longe' (uns 60 km) de Jerusalém, mas é sempre complicado entrar nesse assunto assim de repente. Talvez apenas viver uma vida normal seja tudo com o que se interessem na maior parte do tempo; certamente é o mesmo o que os Palestinos gostariam de poder fazer do outro lado do Muro da Separação. Mas vim aqui descansar, deixar o lado conflitante lá em Jerusalém à qual voltaria depois. Fiquei nesse hostel.

Tel Aviv é a capital de Israel, seje das embaixadas internacionais, embora o governo nacional tenha deslocado suas sedes para Jerusalém (Knesset e demais prédios) e insista em considerá-la sua capital. Centro econômico e cultural do país com cerca de 400 mil moradores, Tel Aviv foi unificada à vizinha cidade antiga de Jaffa logo após a criação de Israel, em 1950. Ela foi fundada em 1909 quando um grupo de 60 imigrantes adquiriu terras Beduínas para construírem um novo povoado. Tel Aviv continuou um rápido crescimento com sucessivas ondas imigratórias de Judeus Europeus, enquanto Jaffa mantinha sua maioria Árabe. Foram essas ondas que a fizeram ser conhecida como Cidade Branca, por causa do maior aglomerado de prédios modernistas Bauhaus do mundo, já que elas também trouxeram os arquitetos que planejaram a cidade.

O plano de partição da ONU previa Tel Aviv para Israel, Jaffa para Palestina. Após a vitória de Israel na guerra de 1948 a maioria dos Árabes foi expulsa e Tel Aviv anexou Jaffa. Depois de certa estagnação nos anos 80, os anos 90 viram nova onda imigratória Soviética por causa do fim do Comunismo e a cidade se consolidar como centro de alta tecnologia, com inúmeros novos arranha-céus e um rejuvenescimento da população cuja média de idade é hoje de 34 anos; 92% dos habitantes são Judeus de todas as subdivisões, e há esporadicamente certas tensões entre os mais seculares e os mais ortodoxos.

Por sua vez, Jaffa é mencionada desde épocas Egípcias, inclusive na bíblia como sendo o porto pelo qual chegou a madeira vinda do Líbano para a construção do templo de Salomão em Jerusalém. Tendo passada por mãos Gregas, Romanas, Árabes, e muito visada durante as Cruzadas por causa de seu porto, Jaffa viu seu maior desenvolvimento sob o domínio Otomano e cresceu após a primeira onda imigratória (Aliyah) Judia em fins do século XIX resultante da formação do movimento Sionista internacional.

Devo confessar que acabei passando a maior parte do tempo na praia, vasculhando o promenade, e a noite ia para alguma das áreas com bares. Pegava o transporte público para conhecer alguns dos distritos mais modernos. Das típicas principais atrações vale a pena se perder pelo Boulevard Rothschild que corta a cidade de norte a sul e pela rua Allenby, a praça Estrela de Davi e o mercado Carmel, a torre do Azrieli Center com sua ultra panorâmica de toda a cidade, a Grande Sinagoga e a praça Rabin, onde o mesmo foi assassinado em 1995 e onde fica o town hall, sem contar os diveros museus, teatros. E claro, ir até a área do porto antigo em Jaffa, conferir a Otomana Torre do Relógio e a mesquita Hassan Bek, a igreja Franciscana de São Pedro, a igreja Protestante Immanuel, o farol e as ruínas de um Forte Cruzado.

AVISO: Tel Aviv é a décima terceira cidade cujas fotos se perderam no assalto que sofri em Jerusalém (detalhes no post daquela cidade, posterior); perdi um mês de fotos sem backup. Para não ficar só na descrição, seguem abaixo alguns links da net, fotos de terceiros.

http://www.israelinphotos.com/gallery4-Tel-Aviv-Jaffa.htm
http://www.tripadvisor.co.uk/LocationPhotos-g293984-Tel_Aviv.html
http://www.trekearth.com/gallery/Middle_East/Israel/Tel_Aviv/
http://search.pbase.com/search?q=Tel%20Aviv



Foi mesmo providencial esse relaxamento em Tel Aviv, confirmar a fartura com que se vive por esses lados. Era hora de retornar a Jerusalém Oriental e ir conhecer os Territórios Ocupados. O ácido ia fluir. E o destino se mostrou irônico.

This entry was posted on domingo, agosto 15, 2010 at 2:31 AM and is filed under , . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

0 comments

Postar um comentário

Postar um comentário