Grécia, o berço da civilização Ocidental, parte II  

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(...continuação)

O chamado período Greco-Romano se estende de 146 AC a 330 DC, onde um assimilamento mútuo tomou parte e as origens pagãs Gregas infelizmente cederam gradualmente lugar ao cristianismo. O cristianismo Católico se espalhava pelo Império Romano até que Teodósio, em 395, divide o império em Roma Ocidental e Roma Oriental. Roma Ocidental consistia de diversas e distintas culturas, e sobreviveu apenas até 476, quando foi conquistada pelo império Germânico. Por sua vez, Roma Oriental era culturalmente mais unificada em torno do Helenismo desde as conquistas de Alexandre, e acabou durando por mais mil anos; ela adquiriu o nome de Império Bizantino quando o imperador Constantino I, em 330, decidiu erigir uma nova capital Romana na cidade de Bizâncio, fundada pelos Gregos no século VII AC; após sua morte, o nome da capital mudou para Constantinopla, que gradualmente começou a desenvolver um cristianismo Ortodoxo distinto do Católico Ocidental; a ruptura oficial das igrejas só se deu em 1054. No século VII os Bizantinos deixaram o Latim Romano de lado e adotaram o Grego como língua oficial. Constantinopla foi a capital do império até 1453 quando os Otomanos a conquistaram, tornando a cidade sua nova capital e iniciando sua expansão pela Europa. Com a derrota do império Otomano na primeira guerra mundial e o surgimento da secular Turquia, Constantinopla mudou novamente de nome e se tornou Istambul, capital Turca desde então.

Retornando à Grécia, ela fez parte do império Bizantino de 330 a 1453. Mais que isso, todos os domínios Bizantinos reconheciam nos Gregos seus ancestrais, apesar de sua origem pagã. Detalhes dos constantes choques entre Bizantinos e Eslavos do Sul que tomaram lugar por toda a península Balcânia estão em posts anteriores. A queda de Constantinopla em 1453 para o Sultão Otomano Mehmed II determinou uma reviravolta por toda Europa, que se viu orfã de seu ponto estratégico no comércio com o Oriente; por exemplo, tal fato levou os Reinos de Portugal e Espanha, no lado oposto do continente, a procurarem rotas alternativas de comércio que os trouxe ao Novo Mundo em 1492. A Grécia ficou sob o jugo Otomano até 1832, período em que houve uma grande migração da camada intelectual Grega à Europa Ocidental, fato que também veio a influenciar o Renascimento; os Gregos foram permitidos de manter sua cultura, língua e religião, mediante pagamento de taxas pesadas. Os que se converteram ao Islã passaram a ser rotulados de Turcos, mas tiveram grande papel na formação da cultura Grega moderna, que assimilou vários traços da cultura Turca visíveis facilmente na música e na alimentação, por exemplo.

O começo do século XIX viu várias tentativas nacionalistas de expulsar os Otomanos quase sempre serem brutalmente esmagadas pelos turcos, o que impulsionou outras nações européias a simpatizarem com a causa Grega. A independência veio em 1832, o primeiro país a se livrar do jugo Otomano, e logo a nação foi tornada uma monarquia pelos poderes europeus. Até o fim da primeira guerra mundial, os Gregos travaram várias batalhas contra os Turcos na tentativa de reaver territórios de sua etnia ainda sob os Otomanos. Com a derrocada do império Otomano, os Aliados cederam à Grecia parte da Turquia, que prontamente retaliou; houve enorme troca de populações entre os países. As atuais fronteiras Gregas datam de 1947; após a segunda guerra mundial, quando os Soviéticos liberaram todo Balcans, o país entrou em guerra civil (1946-1949) entre os comunistas e os monarquistas, os últimos apoiados pelos EUA. Com a derrota dos comunistas, o provável sonho de Tito em expandir as fronteiras Iugoslavas não se realizou, e a Grécia se tornou a única entidade capitalista nos Balcans durante a guerra fria. O país ainda passou por uma ditadura militar (1967-1974) que aboliu a monarquia. Em 1974 um plebiscito decidiu pela instalação de uma república parlamentarista no país, mesmo ano em que surgem novas animosidades entre Gregos e Turcos por causa da invasão Turca à ilha de Chipre.

Em sua antiguidade, os povos Helenos nunca formaram um poder central, sendo suas cidades-estado unidas apenas por cultura, religião panteísta e língua. Suas ruínas gloriosas hoje permeiam uma Grécia cujo padrão de vida é um dos menores da Europa.

De volta ao turismo no próximo post.

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