Tessalônica, e seus vestígios Romanos, Bizantinos e Otomanos  

Posted by carlos in

Tomando o trem noturno em Sofia, agora sozinho, iria parar em Atenas. Como Tessalônica é servida pela mesma linha, acabei decidindo fazer uma parada relâmpago na cidade; cheguei de manhãzinha e na madrugada tomaria o trem para Atenas. Nem dormi por lá, mas deu para conhecer o centro, o porto, a acrópole, e terminar o dia tomando uma cerveja às belas margens da baía.

O povoado foi fundado em 315 AC pelo rei Macedônio Cassandro, que deu à cidade o nome de sua esposa, meia-irmã de Alexandre, que por sua vez o adquiriu por ter nascido no mesmo dia da vitória sobre os Tessálios. Depois de cair em domínio Romano em 146 AC, tornou-se capital da província Romana Macedônia. Com a divisão de Roma em 395, ela veio a se tornar a segunda cidade mais importante do império Bizantino, após Constantinopla, florescendo até o século XII quando caiu em mãos dos Cruzados e depois dos Búlgaros, voltando aos Bizantinos em 1246. Em 1423 foi cedida aos Venezianos na esperança de ser protegida dos ataques Otomanos, mas em 1430 o Sultão Murad II a conquistou após brutal massacre que vitimou cerca de 20% dos moradores.

Além da massiva migração Turca, o Sultão aceitou a chegada dos judeus fugidios da inquisição Espanhola com o objetivo de diminuir a porcentagem de Gregos na cidade; notório é o fato de mais de a metade da população pelo século XIX ser de Judeus, que falavam um idioma derivado do Castelhano (97% deles evaporaram na segunda guerra mundial). O domínio Otomano acabou em 1912, quando o exército Grego conquistou a cidade na primeira Guerra Balcânica. Ela recebeu então enorme imigração Grega quando da troca de populações com a Turquia ocorrida após a guerra de independência Turca, aliás, comandada pelo herói nacional Ataturk, nascido em Tessalônica. Ocupada pelos Nazistas na segunda guerra mundial, foi fortemente bombardeada pelos Aliados; a posterior reconstrução ainda se deparou com um forte terremoto em 1978.

Hoje segunda maior cidade do país e capital da região grega chamada Macedônia, ela carrega antigos monumentos romanos, bizantinos e islâmicos, em meio a uma moderna área portuária e a uma enorme população universitária. Para a celeuma acerca dos conflitos com o vizinho ao norte por causa do nome daquele país, Macedônia, oriundo da extinga Iugoslávia, veja os posts sobre aquele país, FYROM.

No album abaixo: a praça Aristóteles e suas cercanias, e o mercadão, ambos próximos à bacia e ao porto; a igreja de São Gregório Palamas; a Torre Branca, construída pelos Otomanos como parte da fortificação da cidade e conhecida à época como Torre Vermelha por causa das execuções nela ocorridas, foi ´lavada` quando da conquista Grega em 1912; ainda pelo Promenade, a inevitável estátua de Alexandre O Grande; o Museu Arqueológico; a igreja de Santa Sofia; a igreja de São Demétrius, o patrono da cidade, erigida quando ela era a segunda cidade mais importante Bizantina; o Arco e a Tumba de Galerius (tornada mesquita pelos Otomanos e hoje uma igreja ortodoxa dedicada a São Jorge), contruídos por aquele imperador Romano no século IV para celebrar sua vitoria sobre os Persas Sassanidas; as excavações ao redor do teatro romano, no antigo forum do século II. Finalmente as ruínas das fabulosas muralhas Bizantinas, entremeadas por inúmeras torres, a englobar a antiga citadela na cidade alta (Acrópole), patrimônio da Unesco e local de várias construções (igrejas, castelo) adicionadas com o suceder do tempo e dos impérios; em seu ponto mais extremo, fornece uma visão estupenda da cidade moderna e da baía, morro abaixo.



Tessalônica mereceria mais dias de exploração, fosse pela parte histórica ou pelas praias próximas, mas eu tinha outros planos. Depois de umas cervejas na praça Aristóteles, retornei a estação e ao trem para Atenas!

This entry was posted on terça-feira, julho 27, 2010 at 5:31 PM and is filed under . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

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