Istambul, cruzando o Bósforo e pisando na Ásia  

Posted by carlos in

Pelo centro antigo há inúmeras outras mesquitas definindo a paisagem urbana, espalhadas pelos três albuns anteriores. Dentre elas: Mesquita Fatih (1471), erigida por Mehmed II logo após a conquista de Constantinopla, no sítio de uma antiga igreja Bizantina que aliás hospeda sua tumba; Mesquita Eyup Sultan, a primeira erguida em Constantinopla; Mesquita Bayezid II (1506); Mesquita Nuruosmaniye (1755); Mesquita Atik Ali Pasha (1497). Além destas, as mesquitas Sehzade Mehmet (1548), Rustem Pasha (1563), Kılıç Ali Pasha (1580) e Sokollu Mehmet Pasha (1572), assim como parte das renovações feitas em Topkaki e Hagia Sofia, foram todas feitas por Mimar Sinan, o arquiteto apontado por Suleiman como responsável pelas obras-primas do apogeu Otomano. Costumam dizer que Sinan está para o Islamismo assim como seu contemporâneo Michelangelo está para o Renascimento; é fato.

Era já hora de navegar o Bósforo e chegar a Ásia! Esse é o foco do último album abaixo. Primeiro fiz uma tour de barco que saía ao lado da Nova Mesquita e subia rumo norte passando sob as pontes viárias; no caminho, a vista do suntuoso Dolmabahçe e de uns palácios menores até chegar-se a Fortaleza Rumeliana, construída por Mehmed II em 1452, às vesperas de sua conquista de Constantinopla, para prevenir ajuda aos Bizantinos. Infelizmente nenhum barco chegava perto ao Mar Negro, demos meia volta e retornamos pelo lado Asiático avistando a Fortaleza Anatoliana, erigida em 1394 pelo Sultão Bayezid I, e as pitorescas casas Otomanas antigas.

De volta ao solo não poderia deixar de visitar a Mesquita Suleiman I, pouco atrás da Nova Mesquita, a segunda maior da cidade e feita como uma contraposição a Hagia Sofia, por Sinan, para o sultão do apogeu Otomano em 1558; as tumbas da família de Suleiman e de Sinan lá estão. Não longe de lá se chega às ruínas do Forum Romano de Theodosius, à Universidade de Istambul, ao impressionante Aqueduto Valens (ano 338, restaurado por vários sultões), o principal sistema de abastecimento de Constantinopla, e à Coluna de Constantino, erguida no ano 330 simbolizando a nova capital de Roma.

Finalmente, com a balsa pública fui visitar o lado Asiático, no distrito Üsküdar, oposto à Galata e à cidade antiga. Como qualquer um faria, me sentei num café na margem e fiquei ali, curtindo a Europa pelo lado de fora. A panorâmica é linda, cidade antiga de um lado, arranhas-céu do outro. Uma ilhota em frente possui a Torre de Leandros, feita pelos Gregos em 408 AC, refeita por Bizantinos e Otomanos. O lado Asiático é bem mais simples, mas havia até mais movimento (shoppings, restaurantes, jovens pela rua) do que eu esperava, além de mesquitas, é claro; as mais visíveis sendo a do Sultão Mihrimah (1548), a Şemsi Pasha (1581) e a Yeni Valide (1710). Há vários bairros vizinhos, mas acabei ficando apenas próximo a costa e suas casinhas simpáticas, sem adentrar muito pois já estava para sair de Istambul.

A metrópole de Istambul hoje conta com cerca de 12 milhões de pessoas, 98 % islâmicas sendo 2/3 no lado Europeu, o que a faz a maior da Europa e a quinta maior do mundo. Muita coisa moderna é fartamente visível pelas ruas, e há bairros onde imperam bares, cafés, e uma agitadíssima vida noturna. Porém, o que continua a fascinar é sua majestosa arquitetura herdada dos Otomanos, mesquitas, palácios, harems, hamms (banhos), e os inigualáveis bazares. Como escrevi antes, é preciso semanas para se explorar essa cidade mas, e mesmo apesar de ter caído num golpe, esse lugar é completamente único e inigualável. Obrigatório. Próxima parada...?



AVISO AOS NAVEGANTES: esses caras chegam fazendo amizade, convidando para uma cerveja, te levam de carro para um bar perdido na metrópole aonde você jamais irá descobrir depois; chegando no lugar, que só então você descobre ser um prostíbulo, é tudo rápido, eles começam a pedir bebida e comida de monte, e chegam as ´garotas` bater papo, em geral imigrantes ilegais. De repente, pedem a conta, é uma fortuna e você fica perdido, sabendo que caiu num golpe e não tendo a menor chance de chamar a polícia. Divide-se a conta, eles também pagam mas obviamente são ressarcidos pelo dono do lugar depois, também parte do esquema, e claro que se dizem tão surpresos como você. Até oferecem para te levar embora, e pronto. Numa metrópole daquelas, jamais irás descobrir onde e quem era. Ainda assim, preferi não mudar e não entrar na paranóia de não falar com nenhum nativo nas cidades que visitasse. Quero conhecer gente local, e não havia tido problemas até entao. Mas na Turquia... é bom ficar com os trés pés atrás. E eu ainda estava super relaxado pois havia acabado de sair de um banho Turco. Outro aviso: há banhos Turcos pelo país inteiro, por 1/3 do preço; vá em qualquer outra cidade, menos Istambul.

This entry was posted on sexta-feira, julho 30, 2010 at 5:16 PM and is filed under . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

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