Auschwitz, a barbárie orquestrada  

Posted by carlos in

De Cracóvia, fui conhecer no último dia do ano o campo de Auschwitz, o maior campo de extermínio nazista. Na verdade, ele é um complexo de três campos: o campo base, o campo de extermínio (Birkenau) e o campo de trabalho (Monowitz). Seu nome deriva da cidade Polonesa por onde os campos foram construídos, Oswiecim, à cerca de 50 km ao oeste de Cracóvia. Entre 1942 e 1944 os trens desembarcaram nos campos abarrotados de vítimas que mal sabiam o que as esperava.

Os números do terror variam muito de acordo com a fonte; o Tribunal de Nuremberg estimou em cerca de 3 milhões de vítimas, mas hoje o próprio Museu do Holocausto considera que cerca de 1 milhão de pessoas foram exterminadas nas câmeras de gás de Auschwitz, ou morreram vítimas de trabalho forçado, doenças, fome, experimentos genéticos; 90 % eram Judeus, a maioria do restante eram Poloneses, Soviéticos e Ciganos, assim como tantas outras nacionalidades. Aberto em maio de 1940, o campo foi libertado pelos Soviéticos em janeiro de 1945.

Visitar o complexo é de remoer os sentidos. Desde a plataforma de desembarque dos trens, por onde logo à saida os Nazistas selecionavam aqueles que iam ao campo de trabalho e os que iam à morte; depois as instalações pelos campos, alojamentos, crematórios, prisões, todas aquelas chaminés naquela paisagem desolada; por fim o museu-memorial, abarrotado de fotos e dos utensílios que os ´hóspedes` traziam consigo em suas maletas, sem saber o destino que os esperava (pentes, óculos, bonecas, roupas, chapeus, ...). Não há pedra que resista, e sem contar que aquilo tudo é só o espectro de toda a barbaridade que se passou por lá. Nem vou me atrever a tentar descrever as sensações; quem já o visitou deve entender o que digo. Fotos não são permitidas dentro do memorial, e mesmo que fossem, você nem teria coragem de tirá-las. Nos posts de Berlim, que havia visitado bem antes, tem várias fotos pelo local que ficavam os quartéis generais da Gestapo.

Uma curiosidade: quando estive por lá faziam duas semanas que a famosa placa de entrada "Arbeit macht frei" ("o trabalho liberta") havia sido roubada. Só recentemente descobriram que ladrões comuns a roubaram, mas à servico de um neonazista Sueco.

Na volta de Auschwitz, um tempo para se recompor e girar 180 graus o espírito. Passei a virada de ano na festança na praça central de Cracóvia; digamos que tenha sido um fim de ano medieval!

AVISO: Auschwitz é o segundo local cujas fotos se perderam no assalto que sofri em Jerusalém (detalhes no post daquela cidade, posterior); perdi um mês de fotos sem backup. Para não ficar só na descrição, seguem abaixo alguns links da net, fotos de terceiros.

http://www.galenfrysinger.com/auschwitz.htm
http://www.tripfoto.com/krakow/pictures/auschwitz/index.html
http://photos.igougo.com/pictures-l2995-Auschwitz_photos.html



Eu tinha a intenção de visitar mais três cidades na Polônia: Zakopane, não longe de Cracóvia, ao sul na fronteira com a Eslováquia, por causa dos Tatras, a maior cadeia montanhosa dos Cárpatos; Gdansk, na costa Báltica; e a capital Varsóvia, no centro do país, que adquiriu esse status em 1596 quando o Rei Sigismundo III a escolheu por ser mais central à recém criada Liga Polônia-Lituânia, e que teve 80% de seus prédios destruídos durante a segunda guerra. No entanto, meus últimos dias permitidos dentro do espaço Schengen estavam terminando, e eu ainda tinha os três países Bálticos pela frente; por isso, no dia seguinte já pegaria o trem rumo à Lituânia, longa viagem cruzando o país todo, com escala em Varsóvia.

This entry was posted on quarta-feira, agosto 04, 2010 at 11:03 PM and is filed under . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

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