Baalbek, ruínas da Roma pagã em antiga cidade Fenícia e atual reduto Hezbollah  

Posted by carlos in

De todos os destinos possíveis para além de Beirute acabei escolhendo um mais no interior do país, a pequena Baalbek no Vale Békaa, antigo povoado Fenício e local de adoração de Baal, o Deus Sol Fenício. Depois da conquista de Alexandre O Grande os Gregos não em vão chamavam a cidade de Heliópolis, mas seu apogeu veio quando Julio Cesar, no ano 47 AC, tornou-a uma colônia Romana. Por sua localização estratégica nas rotas de comércio do império Romano, sucessivos imperadores erigiram os maiores templos desse império em Baalbek, em honra a trindade Júpiter, Vênus e Mercúrio.

O sítio histórico começa pelas Propylaea, as enormes colunas que dão passagem aos jardins internos e ao complexo de templos: o de Júpiter, maior templo Romano já construído, do qual apenas 6 das 54 colunas Coríntias de 22 metros ainda permanecem eretas; o de Baco, o melhor preservado, é também maior que o Parthenon em Atenas; o de Vênus, o menor, chegou a ser convertido em igreja Bizantina quando os mesmos dominavam a área; e fora do sítio principal ficam as ruínas do templo de Mercúrio.

Os templos foram parcialmente destruídos após o cristianismo tomar conta de Roma e sucessivos impérios deixarem sua marca na área o que, em contrapartida, fez a cidade ao redor prosperar. Recentes escavações e reconstruções tentam preservar essa que é uma das maravilhas do mundo antigo. E até mesmo aqui, nos arredores dos templos, quando procurei um ambulante para comprar uma dessas máquinas fotográficas descartáveis pois a minha estava sem bateria, o cara também tinha parentes no Brasil, em Curitiba, já tinha ido visitá-los e arriscava umas frases em português. Sem comentários!

A cidade em si, que emergiu ao redor dos templos, parece um outro mundo se comparada a Beirute ou a outras cidades da costa. Sua atmosfera é bem mais tradicional, raros são os traços ocidentais. Vale ressaltar que Baalbek fica numa área que é reduto do Hezbollah; você anda pelas ruas e elas são cheias das bandeiras do grupo e de posters de seus líderes. Afinal, para boa parte da população Libanesa, foi o Hezbollah que os defendeu quando eles foram largados à própria sorte após a invasão de Israel em 2006 já que todo o ocidente, como de costume, nada fez contra o eterno aliado.

As fotos de Baalbek foram as únicas que não se perderam quando fui assaltado em Jerusalém (veja post posterior, daquela cidade) justamente por eu ter usado uma máquina descartável. As fotos estão abaixo, embora sejam poucas devido ao limite do rolo.



De Baalbek retornei a Beirute. Como a fronteira sul com Israel está fechada, não há como fazer o percurso mais fácil que seria ir do Líbano a Israel, de Israel a Jordânia, e por fim da Jordânia ao Egito pelo Mar Vermelho. O jeito foi ter que pagar de novo aos homens de bigode em verde-oliva Sírios, na entrada e na saída, apenas por cruzar alguns quilômetros de suas terras antes de entrar na Jordânia, rumo a Amã. Inclusive na saída Síria lembro-me do rapaz verdejante, na maior cara-de-pau, me cobrando um valor acima do próprio recibo que ele me forneceu; o motorista da lotação que peguei em Beirute veio sorrindo até mim como quem dissesse "vamos embora meu chapa, é assim que funciona por aqui". A seqüência do percurso não seria menos complicada, em tão pequena distância! Mas vamos por partes; inicialmente, minha próxima parada seria Amã, capital Jordaniana.

This entry was posted on sábado, agosto 14, 2010 at 5:57 PM and is filed under . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

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