Bucareste, capital em transformação  

Posted by carlos in

Quando estive pela Romênia, em dezembro, era o aniversário de 20 anos da revolução de 1989. Foram rápidos dias entre o assassinato de Ceausescu, protestos pelas ruas, contra-ataques, até que o Comunismo oficialmente chegasse ao fim. Muitos documentários na TV, que obviamente eu não entendia, relembravam os detalhes daqueles dias turbulentos. Na capital Romena fiquei neste hostel, bem legal e de jovens proprietários muito gente boa.

Bucareste, na região de Walachia, passou por várias mãos em sua história até o mais recente domínio Russo, além de intensos bombardeios na segunda guerra mundial e terremotos. Tudo isso alterou muito a cara da cidade com o passar dos séculos. Para conhecê-la, o jeito foi encarar a neve e o frio e, em marcha mais lenta, sair pelas ruas. Todo aquele tempo encoberto, aliás, só fez aumentar ainda mais os tons cinzas da típica arquitetura Comunista, presente na maioria dos países que ficaram sob influência Soviética na guerra fria; hoje em dia ela também é permeada por vários malls e centros de consumo que se espalham pelas principais praças da cidade.

Nos dois albuns abaixo, um passeio pelas ruas principais e seus monumentos dominantes, pelo centro e pelos bairros mais importantes. Fotos do Palácio do Patriarcado (hoje sede da igreja ortodoxa Romena, a segunda maior da Europa depois da Russa), das Plazas Romania e Unirii, das margens do rio Dambovita, Museu de História Nacional, Teatro Nacional, Universidade de Bucareste, igreja de São Jorge, o Ateneu, o Arco do Triunfo, Banco Nacional, Museu de Arte Nacional, Memorial do Renascimento e Kilômetro Zero na praça da Revolução, o Museu do Camponês Romeno e sua linda exposição dos típicos trejeitos do folclore local (fotos não eram permitidas), o pouco que sobrou do centro histórico pré-Comunismo no bairro de Lipscani, o Curtea Veche (residência construída por Vlad III O Empalador, vulgo Drácula, no século XV), e a atual sede da Presidência no gigantesco Palácio Cotroceni.

O principal foco do primeiro album é sem dúvida o Palácio do Parlamento, a megaconstrução de Ceausescu para centralizar todas as instâncias de poder em seu regime. Iniciado em 1983, é o segundo maior e mais caro prédio administrativo do planeta, ficando atrás apenas do Pentágono nos EUA. Quando da deposição de Ceausescu em 1989, muitas salas ainda estavam sem mobília e algumas partes sem conclusão. Hoje o palácio hospeda câmara dos deputados e senado, e o Museu de Arte Contemporânea também nele encontra abrigo. Visitei o interior (apenas algumas salas são abertas ao público, fotos não permitidas) e o luxo é indescritível; candelabros gigantescos, quadros e tapetes ídem, detalhes à ouro, e por aí vai. Há fotos de todos os ângulos externos possíveis, e a partir de uma sala em um dos andares deu para tirar uma foto para fora, onde se vê toda a área e o bulevar que liga o palacio ao Centro Cívico. Foi toda essa área, então parte do centro histórico da cidade (igrejas, sinagogas, cerca de 40 mil moradores realocados), que foi demolida por Ceausescu em seu excêntrico projeto arquitetônico da capital.



Um foco mais colorido do segundo album é o show de um grupo Cigano, que infelizmente não recordo o nome. Não vou me atrever aqui a ficar discutindo os problemas de discriminação e integração dessa minoria na sociedade Romena atual; ao menos no show, lotado, a platéia toda (creio que a maioria Romenos) vibrou demais enquanto os telões mostravam cenas típicas do dia a dia em acampamentos Ciganos. Foi realmente emocionante! Eu tinha esperança em presenciar um show desses no país e felizmente deu certo.



Depois dos cinzas dias de frio e neve na capital, certamente bem diferentes no verão, fui pegar o trem para a próxima parada, Brasov, na região de Transilvânia.

This entry was posted on segunda-feira, agosto 02, 2010 at 3:44 PM and is filed under . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

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