Estônia, o menor e mais distinto dos países Bálticos  

Posted by carlos in

O povo Estoniano é o mais distinto dos três países Bálticos, pois não descende de nenhuma das tribos Bálticas que originaram Lituânia e Letônia, Indo-Européias como quase toda a Europa. Ele é um povo Fínico, cujo idioma é mais próximo aos Finlandeses (ambos de origens próximas aos quase-extintos Livônios), aos povos Sami na Lapônia e aos Karélios divididos entre Rússia e Finlândia. O ramo Fino-Úgrico, do qual povos Úgricos como o Húngaro também fazem parte, não tem qualquer relação com o ramo Indo-Europeu dominante das línguas Europeáis (Latinas, Eslavas, Germânicas). Ainda é um certo mistério o porquê de povos etnicamente distintos como Finlandeses e Húngaros terem a mesma matriz linguística.

A atual Estônia foi ocupada no último milênio por Dinamarqueses, Teutônicos (Alemães), Suecos, Russos, e por fim a União Soviética. Pelo século XII várias sagas da Escandinávia, já cristianizada à época, mencionavam batalhas contra os povos pagãos que originaram os Estonianos. A história medieval desse país é muito ligada à da Letônia por causa da Livônia, uma região habitada por tal tribo pagã que ocupava os atuais sul Estoniano e norte Letão, e que foi conquistada pelos Cruzados Alemães da Ordem Teutônica em 1227. Até então, sua mitologia cultuava a deusa Tharapita, provavelmente influenciada pelo deus Thor do antigo paganismo Escandinavo (Thor em Estoniano é Taara).

A história subsequente está detalhada no post inicial da Letônia, desde o fim da Livônia em 1561 com o norte passando à Suécia e o sul passando à Liga Polônia-Lituânia, até chegar em 1710 e em 1772 quando os Russos tomaram respectivamente norte e sul estabelecendo um domínio que durou até o fim da primeira guerra mundial. Assim como nos demais países Bálticos, uma onda nacionalista tomou forma no século XIX, em contrapartida à Russificação ocupante; a independência foi proclamada em Tallinn em 1918, após a revolução Russa. O curto período independente durou até a ocupação Soviética em 1940, seguida pela invasão Nazista até a retomada pelos Soviéticos em 1944. Cerca de 25% de seus habitantes desapareceram na segunda guerra, com outra porcentagem semelhante deportada paralelamente à massiva imigração Russa.

A aguardada independência dos países Bálticos após o fim do Comunismo em 1990 viu a demografia Estoniana drasticamente alterada; dos atuais 1.3 milhão de moradores, 68% são Estoniano e 26% Russos. Curiosamente, e talvez um reflexo da onda nacionalista que usava o mito de Tharapita como uma antítese aos ocupantes cristãos (Russos ortodoxos e Alemães protestantes, além do catolicismo inicial dos Teutônicos), cerca de 70% da população se declara sem religião. Desde 2004 o país integra a União Européia e tem tentado se aproximar mais aos países Nórdicos do que aos Bálticos pela maior afinidade.

Próximo post, fotos!

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